terça-feira, 14 de julho de 2009

Essa busca sem fim

Bem que eu quero parar. Mas os simbolos se sucedem assim como as sincronias da vida. aquela pessoa que nos olha e nos traz a mensagem; a quanto custo me vejo outra vez animada em busca da solução. Mas é apenas mais uma pista nesta caminhada em busca da felicidade. A cruz verga mas não mata. Por vezes ela desaparece e aí apercebemo-nos como a vida é fantástica e que quase parece bastar apenas abrir os braços e deixar o vento nos levar. Pois, temos tudo ali à mão de semear, é só colher os frutos da árvore mágica do paraíso.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A alma


A alma se esvazia na busca; se esvazia de um ego que a amordaça...mas vive a tristeza de ser. Pois incansavalemente buscamos a presença divina na mais ínfima prova que passa.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não foi sonho

Escusado será dizer que toda a sua alma transbordou no cálice da obra poética do seu amado. Concerteza ele sabe que é uma das suas eternas admiradoras e perante tamanha arte como não se apaixonar pelo artista. Mas antes de tudo tinha que lhe revelar um segredo...ela esteve lá. Ele não sonhou e nem imaginou: era ela, Lueji que o procurava para lhe exigir o direito de ter a sua alma-gémea, que ele de forma "indecorosa" mantinha refém dos seus princípios sociais. Claro que o perseguiu sorrateiramente por entre o silêncio da noite...sim era ela! que por entre as sombras das árvores tentava em vão libertar esse seu coração prisioneiro. E por entre o esvoaçar de uma coruja e o brilho ofuscante da lua conseguiu vislumbrar esse princípe que em vão procurava. E mais, no seu atrevimento, deixou no ar uma nuvem daquele perfume que concerteza ele ainda recordava...e como quem procura acha, beijou de leve os seus lábios. Mas rapidamente sentiu seus lábios gelarem perante a aflição de um homem comprometido com o passado e com o futuro. Ele estava preso às regras de uma história que adoptou e que fez sua. Fiel a um sonho que negas ser seu. Livre do seu amor por opção...assim, antes que todo o seu corpo gelasse perante o quente da terra orvalhada, fugiu pela paisagem que ele lhe deu a conhecer. Desconsolada implorou ao seu coração para se comportar. É inadmissível que ela o retirasse do mundo em que ele escolheu permanecer, por mais que ele se confessasse infeliz. A escolha era sempre dele...e por último, a sua escolha teria de ser uma: respeitar a decisão...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

o grande olho que te persegue

Que a pirâmide te iluminou...o grande olho que te persegue já não te atormenta. Percebeste que já tudo não interessa. Percebeste agora o verdadeiro funcionamento das forças secretas do mundo. Enquanto o quotidiano é levado num corre-corre enorme as forças secretas se movimentam cada uma defendendo os seus ideais. E é tudo uma luta secreta onde os peões são lançados sem sentido uns contra os outros. Todos desconfiam mas ninguém sabe bem ao certo do quê?

terça-feira, 31 de março de 2009

A fúria

Cai pesadamente sobre a terra quente. Não se verga. Olha para ele, sem mostrar um único resquício de medo. Esta terra que a viu nascer. E ele bruto, sufoca-a. Segura-a pelos seus cabelos enquanto a arrasta pelo chão. No corpo apenas um top e uma cueca. Nas pernas o áspero e o calor da terra vermelha quente. O sangue escorre-lhe pelo nariz. Sorri para ele, enquanto sente todos os poros dos seus cabelos que outrora ele gabara. Atira-a para a frente do seu povo. Quere-la, fica com ela. Não suporto mais esta encantadora de serpentes, esta cobra vil que se aninha perigosamente no meu leito...toma-a. Não a quero mais. Peço-vos, não ma devolvam! Mantenham-na cativa deste reino- brada enquanto ela deitada sobre o solo se preenche de raiva. Todo o seu corpo se contorce em espasmos enfurecidos. Levanta-se abruptamente e erguendo a mão, oferece-lhe uma bofetada sonorosa para imediatamente receber outra ainda mais poderosa. Atordoa-lhe o corpo mas não lhe acalma a fúria.
- Sabes quem sou? - grita-lhe do fundo da alma. Quem pensas tu que eu sou para me entregares numa bandeja mal amanhada? Sou eu Lueji, a rainha das Lundas...Não te convenças da tua superioridade, por que és homem. Não te convenças do teu domínio. Porque eu, Lueji tenho o poder avassalador das Lundas. Sou todas as suas paisagens numa só, as suas mil trovoadas, o cântico dos povos, o espírito dos guerreiros, a força das mães, o feitiço das kyokas...sou eu Lueji! Grita fortemente para se calar erante o trovejar insistente e o cair ruidoso das gotas grossas de chuva...ergue a mãocéus, e deixa-se cair de joelhos sobre a terra fumegante.Com as mãos cerra punhados de terra quente e vermelha para inspirar profundamente o perfume que se liberta desta terra que ama.
- Sou Lueji...grita Sou o poderoso cheiro da terra molhada.

São Valentim

Tinha que assinalar este dia, por mais que me queira remeter ao silêncio e manter este meu amor em segredo. Sim, porque eu continuei em frente, mesmo sabendo que és tu o homem da minha vida. E enquanto oiço a música que me dedicaste o meu coração bate descompassadamente enquanto os meus lábios procuram os teus. Ainda dói muito viver sem ti. Mas que fazer? Tu assim o escolheste...e eu permaneço com este amor que me sufoca e me liberta. Faltaste-me estes dias todos e não morri...minto...morri! Morri...e como que por milagre ressuscitei. Mas ao contrário da letra da música não renuncio ao sol das manhãs, mas desejo-o todas as manhãs. Pois é Leão, ainda não encontrei um antídoto para este amor fatal e incondicional. Se por acaso tens alguma poção milagrosa por favor envia-me. Estou cansada de te amar. Preciso de recomeçar a amar alguém que me ame. Sabes, eventualmente, como libertar-me? Talvez se fores extremamente agressivo e ríspido...e me olhares com desdém...talvez eu tenha vergonha de tamanha estupidez? Tens de me humilhar e destratar...atirar pedras...ferir-me de morte...quem sabe só assim, a esvair-me em sangue decida perceber que não posso continuar a amar-te. Talvez assim, este coração avariado decida por um ponto final neste erro permanente.

Queria receber uma rosa tua, um poema ou simplesmente um beijo. Enroscar-me no teu corpo enquanto danças. Amar-te. Por favor dá-me a minha prenda de São Valentim.

A viagem

Percorre as ruas lisboetas nessa cidade de prédios velhos mas de uma luminosidade imperdível. As folhas das árvores encontram-se espalhadas pelo chão. O Sol teima em aquecer o mês de Fevereiro frio e chuvoso. Os anjos optaram por lhe oferecer um dia quente de Verão neste seu dia de anos. Corre as lojas desta cidade quase deserta. E nada. Apenas comprou as malas que levará na sua viagem de regresso a casa. Vai abandonar o primeiro mundo para se embrenhar nesse terceiro mundo que todos apelidam de coitado. Mas ela está feliz. No fundo que melhor prenda poderia ter recebido do que o regresso à sua pátria, à sua terra. Nenhuma. Quer dizer; no fundo o seu coração chora. Porque sente falta do seu amor. Passou-se o dia de São Valentim e nem uma mensagem. Esperou ardentemente por um sinal de vida. Mas ele permeneceu calado e distante no alto do seu trono. O seu rei não a ama...deduz. Mas que fazer, continua na sua caminhada de regresso. Mas que fazer? O amor não desvanece porque se quer. E bem que ela quer mandar o rei Leão para o espaço. Mas sabe, que foi com ele que casou em sonhos ou talvez noutra vida...mas ele nao a reconheceu. Passou por ela, desejou-a, mas não reconheceu a sua rainha. A mulher a quem jurou à semelhança de Romeu amar na próxima vida. Não se lembrou da promessa que lhe fez no leito da sua morte: esperarei por ti nem que seja uma vida...e foi quase uma vida! Mas não a reconheceu como a sua rainha, apenas como uma mulher que desejava, nada mais. E mais uma vez terá Lueji de lutar só pela manutenção do Reino das Lundas. Talvez numa próxima vida, Leão Magno se recorde da promessa que fez...e de um coração que sofre todos os dias por não o ter. Mas Lueji caminha de cabeça erguida e feliz. Porque a sua missão era encontrar e amar Leão, independentemente das opções dele. Ele é a sua única e possível alma-gémea. O seu amor é eterno.