quarta-feira, 17 de junho de 2009
Não foi sonho
Escusado será dizer que toda a sua alma transbordou no cálice da obra poética do seu amado. Concerteza ele sabe que é uma das suas eternas admiradoras e perante tamanha arte como não se apaixonar pelo artista. Mas antes de tudo tinha que lhe revelar um segredo...ela esteve lá. Ele não sonhou e nem imaginou: era ela, Lueji que o procurava para lhe exigir o direito de ter a sua alma-gémea, que ele de forma "indecorosa" mantinha refém dos seus princípios sociais. Claro que o perseguiu sorrateiramente por entre o silêncio da noite...sim era ela! que por entre as sombras das árvores tentava em vão libertar esse seu coração prisioneiro. E por entre o esvoaçar de uma coruja e o brilho ofuscante da lua conseguiu vislumbrar esse princípe que em vão procurava. E mais, no seu atrevimento, deixou no ar uma nuvem daquele perfume que concerteza ele ainda recordava...e como quem procura acha, beijou de leve os seus lábios. Mas rapidamente sentiu seus lábios gelarem perante a aflição de um homem comprometido com o passado e com o futuro. Ele estava preso às regras de uma história que adoptou e que fez sua. Fiel a um sonho que negas ser seu. Livre do seu amor por opção...assim, antes que todo o seu corpo gelasse perante o quente da terra orvalhada, fugiu pela paisagem que ele lhe deu a conhecer. Desconsolada implorou ao seu coração para se comportar. É inadmissível que ela o retirasse do mundo em que ele escolheu permanecer, por mais que ele se confessasse infeliz. A escolha era sempre dele...e por último, a sua escolha teria de ser uma: respeitar a decisão...
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