terça-feira, 31 de março de 2009
A viagem
Percorre as ruas lisboetas nessa cidade de prédios velhos mas de uma luminosidade imperdível. As folhas das árvores encontram-se espalhadas pelo chão. O Sol teima em aquecer o mês de Fevereiro frio e chuvoso. Os anjos optaram por lhe oferecer um dia quente de Verão neste seu dia de anos. Corre as lojas desta cidade quase deserta. E nada. Apenas comprou as malas que levará na sua viagem de regresso a casa. Vai abandonar o primeiro mundo para se embrenhar nesse terceiro mundo que todos apelidam de coitado. Mas ela está feliz. No fundo que melhor prenda poderia ter recebido do que o regresso à sua pátria, à sua terra. Nenhuma. Quer dizer; no fundo o seu coração chora. Porque sente falta do seu amor. Passou-se o dia de São Valentim e nem uma mensagem. Esperou ardentemente por um sinal de vida. Mas ele permeneceu calado e distante no alto do seu trono. O seu rei não a ama...deduz. Mas que fazer, continua na sua caminhada de regresso. Mas que fazer? O amor não desvanece porque se quer. E bem que ela quer mandar o rei Leão para o espaço. Mas sabe, que foi com ele que casou em sonhos ou talvez noutra vida...mas ele nao a reconheceu. Passou por ela, desejou-a, mas não reconheceu a sua rainha. A mulher a quem jurou à semelhança de Romeu amar na próxima vida. Não se lembrou da promessa que lhe fez no leito da sua morte: esperarei por ti nem que seja uma vida...e foi quase uma vida! Mas não a reconheceu como a sua rainha, apenas como uma mulher que desejava, nada mais. E mais uma vez terá Lueji de lutar só pela manutenção do Reino das Lundas. Talvez numa próxima vida, Leão Magno se recorde da promessa que fez...e de um coração que sofre todos os dias por não o ter. Mas Lueji caminha de cabeça erguida e feliz. Porque a sua missão era encontrar e amar Leão, independentemente das opções dele. Ele é a sua única e possível alma-gémea. O seu amor é eterno.
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